domingo, 31 de março de 2013

Apogeu do Açúcar em Sergipe


I CICLO DE ESTUDO SOBRE OS ENGENHOS DE SERGIPE.

JÉSSICA DOS SANTOS SOUZA
Graduando em História pela Universidade Federal de Sergipe.

O professor da disciplina História de Sergipe II (Antônio Lindivaldo Souza), nos proporcionou o I Ciclo de Estudo, realizado por meio da visita a quatro Engenhos, localizada em cidades diferentes. Ocorrendo no dia 09 de março de 2013, permitiu maior conhecimento sobre apogeu e cultivo da cana-de-açúcar, presente em terras Sergipana e sua arquitetura, design, presente na estrutura física e em móveis rústicos do período colonial. Por meio visita aos municípios de Santa Luzia do Itanhy, Itaporaranga D´ajuda, São Cristovão e Laranjeiras, conhecemos também, relatos a respeito de personagens importantes economicamente (senhores de engenhos), os quais recebiam maior destaque na sociedade em detrimento da imagem de seres tão humanos, (escravos) considerados mercadorias.(Figura 1)
Turma de Sergipe II e convidados. (Acervo de Mayara Oliveira)
Objetivo

Proporcionar maior conhecimento sobre o ciclo da cana-de açúcar e estrutura física dos engenhos, o que permitiu  maior noção na pratica, podendo associar a conhecimentos adquiridos no curso acadêmico. Permitir conhecer um pouco sobre a hierarquia presente na sociedade da época, se destacando os senhores, dono dos engenhos, muito forte economicamente naquele momento, os quais impunha um sistema escravocrata para o desenvolvimento e ampliação de suas propriedade.

Viagem

Tendo início as 6:30 da manha do dia 09/03/2013, tendo como destino o engenho São Felix, localizado no município de Santa Luzia do Itanhy, banhado pelo rio Vaza Barris. Erguido no ano de 1632 é o segundo engenho mais antigo de Sergipe, o qual não sobrevivia apenas da produção da cana-de-açúcar. Foi também conhecido por outros nomes, Tuntum, antes do atual São Felix. Um dos proprietários que recebeu estaque foi o Coronel Paulo de Souza Vieira, o qual ampliou sua extensão por meio de compras de terras aos seus arredores, pertencente a familiares e vizinhos, ali existente. Morrendo aos 40 anos, deixando a responsabilidade por cuidar da propriedade sua esposa,( Joaquina) que casa com José de Oliveira Leite . Tombado pelo Estado, passou por reformas em sua estrutura física, mais ainda conserva características originais. (Figura 2)
Faixada do Engenho São Felix
Também é detentor de uma quantidade significativo de móveis que representa o design do período colonial. (Figura 3)
Móveis rúticos, pertencente ao engenho São Felix



Em seguida conhecemos outro engenho, localizado no município de Itaporanga D`ajuda, conhecido por Fazenda Camacari, banhado pela bacia do rio Vaza Barris. Lá tivemos a presença de seus atuais “donos” e também explanação do Professor Dr° Samuel.

Pertenceu inicialmente a José Ribeiro Losano , no ano de 1807, século XIX.  Após, tornou-se propriedade do futuro Barão de Itaporanga, Domingos Dias Coelho e Mello. O Camacari, obteve grande extensões de terras, mas com sua morte no ano de 1873, seus bens matérias foram dividido, destinando parte para seu filho Antônio Dias Coelho e Mello, dentre este se destaca o Escurial , convertido em usina. ( Figura 4)
Frente da Igreja, em solos da Fazenda Camaçari
O conhecido Barão de Estancia, teve três esposas, Casou-se em primeiras núpcias com Lourença Dantas de Mello, e após com Lourença de Almeida Dias Mello e, finalmente, com Francisca de Assis Dias Mello.
Seguindo o percurso, chegamos ao Engenho Dira, localizado em São Cristóvão no povoado Panema. Tendo a palavra, o professor Dr° Antônio Lindivaldo fala por meio de aula pública, explanando seu  pertencimento a Antônio  Teles de Menezes e Maria José de Sobral, sua esposa.  Antônio morre no ano de 1703, ficando sua esposa responsável por cuidar do engenho, a qual o vendeu para a família dos Dias, onde mais tarde volta para família Sobral. Atualmente pertence a José Augusto Vieira (Lagartense), da família dos Maratá.
A casa grande está localizada em um extenso vale, sendo que a mesma passou por algumas alterações na estrutura física, mais ainda assim preserva características originais do período,  demonstrando sua possível construção anteceder os engenhos. (Figura 5)


Casa Grande, Engenho Dira.
A Capela presente no engenho, possui características rusticas, onde seu altar , apresenta detalhes com ouro. Sua estrutura preserva características do Vaticano II, valorizando a cruz, o catolicismo penitencial, temendo o  medo, a dor do inferno, representando também o Concilio de Trento. (Figura 6)
Igreja em solos do Engenho Dira.

Em seguida fomos ao ultimo engenho, o qual recebe o nome de Santa Cruz, localizado na cidade de Laranjeiras. Sua localização geográfica  se situa no “coração” do Cotinguiba. Antes pertencia a família Bragança.

Tendo a fala, Pricila, ex monitora da disciplina Temas de História de Sergipe I, aborda um pouco sobre a constituição mobiliaria presente. Seus moveis, grande parte vieram de outro engenho, principalmente do Pedras. Atual dona, conhecida por " Dona Beibi", tenta posiciona-los e manter sua originalidade assim como se apresentava no engenho Pedras, de onde vinham. (Figura 7)
Mesa vinda do Engenho Pedras.

Considerações Finais

Por meio da viagem podemos perceber a influência e o desenvolvimento da produção açucareira  em solos Sergipanos, conhecendo também regiões as quais se deram os maiores engenhos. Este ciclo de viagem aos Engenhos, proporcionou maior aprimoramento do que foi explanado em sala de aula, na disciplina História de  Sergipe II e também podermos conhecer melhor uma das fases da apogeu da economia Sergipana, que tinha como principal produto, cana-de-açúcar.  







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